Painéis do Profeta Gentileza são restaurados no RJ

Gentileza gera gentileza. Esse era o lema do Profeta Gentileza, que deixou sua marca em painéis a céu aberto no Rio de Janeiro. As obras do artista, que morreu em 1996 começaram a ser restauradas por qautro artistas plásticos.

José Datrino nasceu em 1917, no interior de São Paulo. Era dono de uma transportadora e tinha uma vida familiar estável. Mas nos anos 60, depois de afirmar ter recebido um chamado, abandonou tudo ,passou a
se chamar "José Agradecido", ou simplesmente “Profeta Gentileza” e perambular pelas ruas do Rio de Janeiro. A figura excêntrica em que se transformou chamava atenção, assim como sua obra, que alerta para questões simples que muitas vezes, passam despercebidas. 
A partir de 1980, escolheu 56 pilastras do Viaduto do Caju, que vai do Cemitério do Caju até a Rodoviária Novo Rio, numa extensão de aproximadamente 1,5km. Ele encheu as pilastras do viaduto com inscrições em verde-amarelo propondo sua crítica do mundo e sua alternativa ao mal-estar da civilização.
Com o decorrer dos anos, os murais foram danificados por pichadores, sofreram vandalismo, e mais tarde cobertos com tinta de cor cinza.

Os murais do profeta foram pintados, entre o fim dos anos 80 e o início dos 90. A restauração, orçada em R$ 350 mil deve durar 8 meses e é patrocinada pela iniciativa privada.

Gentileza
(Marisa Monte)

Apagaram tudo
Pintaram tudo de cinza
A palavra no muro
Ficou coberta de tinta
Apagaram tudo
Pintaram tudo de cinza
Só ficou no muro
Tristeza e tinta fresca 

Nós que passamos apressados
Pelas ruas da cidade
Merecemos ler as letras
E as palavras de gentileza 

Por isso eu pergunto
A você no mundo
Se é mais inteligente
O livro ou a sabedoria
O mundo é uma escola
A vida é o circo
Amor palavra que liberta
Já dizia o profeta 

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